A bola voltou a rolar no Japão, após meses de pré-temporada, e contaremos, para quem não viu, o que aconteceu no último mês - decepções, eliminações, surpresas e principalmente o início das três divisões da J-League.

Começaremos pela AFC Champions League, ou apenas Champions Asiática, para o público brasileiro. Três times japoneses estavam nas oitavas-de-final: o Kawasaki Frontale, dos brasileiros Jesiel, Zé Ricardo, Patrick Verhon, Erison e Marcinho - e que também conta com a presença do experiente Bafetimbi Gomis, o Yokohama Marinos, que tem quatro atletas brasileiros - Dudu, Anderson Lopes, Yan e Élber, e o surpreendente Ventforet Kofu, time da J-2 League, que deixou de fora o Melbourne City logo na primeira fase, e tem a presença de três brasileiros no elenco: Eduardo Mancha, Renato Augusto (que não é aquele) e Adaílton.

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O Frontale decepcionou: depois de ter vencido por 3 a 2 os chineses do Shandong Taishan em Jinan, com gols de Erison, Marcinho e Akinaga, acabou sendo derrotado de forma surpreendente na volta por 4 a 2, em casa, sofrendo um gol nos acréscimos do zagueiro brasileiro Jadson (ex-Vasco), e deu adeus à competição. O Kofu, por sua parte, também foi eliminado: o cruzamento os fez jogar contra o Ulsan Hyundai, atual campeão sul-coreano, e o confronto foi bastante desequilibrado: já na ida, um 3 a 0 acachapante diminuiu consideravelmente a chance do time japonês. Na volta, o Ulsan venceu por um placar protocolar de 2 a 1, sem se esforçar tanto, e apenas confirmou a classificação para a próxima fase.

https://www.youtube.com/watch?v=j2aRxoNdkIc

O Marinos foi o único a se classificar, mas com muitas dificuldades: contra o Bangkok United, na cidade de mesmo nome, o time abriu 2 a 0, com gols de Élber e Watanabe, mas os comandados de Harry Kewell acabaram vacilando: Selanon, após falha do lateral-esquerdo Kato, e Mahmoud Eid, de cabeça, empataram o jogo, deixando tudo para Yokohama. Na volta, o time de Yokohama foi mal e precisou disputar a prorrogação. O jogo se encaminhava para os pênaltis, até a bola bater na mão de Imura, do Bangkok. Pênalti que foi convertido pelo goleador Anderson Lopes, que apenas deslocou o goleiro e fez o gol da classificação para as quartas-de-final. O Yokohama irá enfrentar o Taishan (olha ele aí de novo, pois é) na próxima fase.

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O jogo de abertura da temporada no Japão foi a Supercopa entre Vissel Kobe, campeão da última J-League, e Kawasaki Frontale, campeão da Copa do Imperador, e o título foi para os Golfinhos: mesmo atuando cheio de reservas, o time de Kawasaki venceu por 1 a 0, com um gol meio intencional, meio acidental de van Wermeskerken, após um bate-rebate na área, e colocou a sua terceira Supercopa na galeria de títulos azul.

https://www.youtube.com/watch?v=v2tpVuQdgpc

A J-League começou no último final de semana, com alguns destaques: o retorno do bicampeão Tokyo Verdy após anos de ausência, outro retorno esperado, o do Júbilo Iwata, que é tricampeão japonês, a estreia do Machida Zelvia, que foi o campeão merecido da J2-League na temporada passada, o belo novo estádio do Sanfrecce Hiroshima, entre tantas outras coisas. A estreia da nova cancha do Sanfrecce não poderia ser melhor, aliás: um inapelável 2 a 0 sobre o Urawa Red Diamonds, para coroar a festa de inauguração. Outros destaques foram: a estreia do campeão Vissel Kobe com um dominante 2 a 0 sobre o Júbilo Iwata; a virada do Yokohama Marinos sobre o Verdy - apesar do lindíssimo gol de falta marcado por Yamada; o golaço de Matheus Sávio no empate entre Kashiwa Reysol e Kyoto Sanga; o animadíssimo empate entre Cerezo Osaka e FC Tokyo; e a indiscutível vitória do Kashima Antlers de 3 a 0 contra o Nagoya, na casa do mandante. 

https://www.youtube.com/watch?v=CoyqVMV45Sc

Na J2-League, que conta com algumas presenças ilustres como Shimizu S-Pulse, V-Varen Nagasaki, Ventforet Kofu, Oita Trinita e Vegalta Sendai, Tokushima Vortis, entre outros, o principal destaque foi o animado jogo entre JEF United e Montedio Yamagata: um 3 a 2 que contou, inclusive, com dois gols nos acréscimos, além de outros jogos; o show de bola dado pelo Kofu em Tokushima - um belo 5 a 1 de um time que pode, sim, lutar forte pelo acesso contra um adversário que sempre está na briga para subir; a estreia da nova identidade do Thespa Gunma, ex-Thespa Kusatsu, que conseguiu apenas um empate contra o simpático Kagoshima United; e o bom retorno do Ehime, que ficou anos na segunda divisão, caiu, mas está de volta nesse ano: venceu o Blaublitz Akita pelo placar mínimo, em casa.

https://www.youtube.com/watch?v=5Jua7_PEJTA

Já a J3 conta com alguns times até com certa tradição, como o Omiya Ardija, que já foi presença frequente na J1, enfrenta crise financeira e até cogitou venda de ações do clube para a Red Bull, e o Matsumoto Yamaga, que participou da primeira divisão em 2019 e despencou diretamente para a terceira e, para piorar, não consegue subir, além de alguns times com tradição na segunda divisão, como o Gifu e o Zweigen Kanazawa. Os principais destaques dessa primeira rodada foram a goleada do Omiya sobre o Vanraure Hachinoche, a surpresa chamada Azul Claro, que enfiou 3 a 0 no Zweigen, e o poder de decisão do brasileiro Marcus Índio em Imabari, na vitória dos donos da casa sobre o Gainare Tottori por 1 a 0.

Mensalmente, faremos um resumo de tudo que aconteceu na J-League dentro de campo - e, por que não, fora de campo também. Esperamos que você, leitor, volte no próximo Recap J-League. Até a próxima!