Confira a análise tática da estreia do Japão na Copa da Ásia

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,16/09/2024

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SenJutsu

Confira a análise tática da estreia do Japão na Copa da Ásia

entenda como o Japão se organizou em campo para superar o Vietnã por 4 a 2


Confira a análise tática da estreia do Japão na Copa da Ásia

Que o Japão venceu e tomou um susto contra o Vietnã na primeira rodada da Copa da Ásia, a gente já sabe, mas vamos explorar hoje alguns detalhes táticos do primeiro confronto japonês? Esse é meu primeiro Senjutsu, onde vou trazer análises táticas voltadas para a seleção japonesa e o futebol japonês no geral. Vem comigo!



Os japoneses entraram com alguns desfalques já conhecidos. Mas como é de praxe, não mudou o esquema tático em 4-2-3-1, que tem sido dominante após a Copa do Mundo e que rendeu bom desempenho e excelentes resultados. O que mudam são características e funções. Shogo na zaga, Minamino como meia, Keito Nakamura na ponta esquerda e Hosoya de centroavante. Enfrentaram um time vietnamita cujo sistema tático base era um 3-4-2-1 na hora de atacar, que virava um 5-4-1 bem disciplinado na hora de se defender numa altura mais baixa do campo.

Até por isso, já se pensava na principal fragilidade da seleção japonesa durante o último Mundial: uma seleção que conseguia atacar bem os espaços e jogar de forma mais reativa e vertical, mas tinha dificuldade na hora de criar um volume ofensivo contra um time que se defende com 5 ou 6 jogadores na última linha.




Surpreendentemente, o Vietnã começou o jogo pressionando bem a saída de bola da seleção japonesa, que era mais sustentada. Ou seja, Moriyasu arma a equipe quase toda no seu campo, deixa os jogadores bem espaçados para criar linhas de passe e atrair o adversário e, assim, poder verticalizar e chegar no ataque de forma objetiva. 

A questão é que os encaixes do aguerrido time do Vietnã foram bem feitos e, por mais que possa jogar como 10, Minamino não é um articulador que vai facilitar o jogo, como Kamada em bom momento, conectando as transições ofensivas do Japão com muita facilidade. Quando o Japão conseguia sair da pressão, o Vietnã se reorganizava defensivamente e compensava a desorganização feita pelas perseguições individuais aos jogadores de azul.




Ofensivamente, o 4-2-3-1 se formava numa linha de quase 6 jogadores para criar superioridade contra a linha de 5 marcadores do Vietnã, que se fechava em um 5-4-1. A diferença do Japão para a maioria das seleções que atacam de forma posicional (seguindo o desenho tático e com a bola indo até a zona do jogador e não o contrário), é que geralmente essas seleções tendem a circular os passes até achar uma brecha e, geralmente, o Japão tende a terminar a jogada do mesmo lado em que começou. 

Pela esquerda, Morita dava o apoio e Minamino aparecia entre as linhas de marcação como opção para finalizar as jogadas ou conectar um passe. Keito Nakamura servia de apoio no meio-espaço da esquerda, enquanto Hiroki Ito usava o corredor bem aberto na lateral. Do lado inverso, Endo avançava um pouco mais e Minamino flutuava, enquanto Sugawara avançava por fora e Junya Ito aparecia entre as linhas de marcação. Em alguns momentos, Minamino afundava tanto na área que Endo aparecia como um camisa 10, enquanto Morita ficava como primeiro volante (assim sai o segundo gol).

A função de Hosoya era se desmarcar rápido para enganar a marcação e abrir espaço para Minamino definir rápido, mas o camisa 8 da seleção tinha total liberdade para atuar em diferentes partes do campo. Em um dos gols, ele desce para receber de Morita, atrai um marcador, progride no campo e encontra Nakamura entre as linhas de marcação para finalizar a média distância e marcar um golaço.




Uma das principais maneiras pelas quais o Japão gerou vantagem foi se aproveitando da forma como o Vietnã marcava. O time fechava um 5-4-1 marcando por zona pressionante. Ou seja, o time se organizava através de uma referência onde cada um defende a sua posição, mantendo o desenho tático, mas pressiona sempre de forma agressiva quem estava com a bola. Quando você defende assim, precisa que alguém compense e equilibre o espaço deixado, mas isso exige uma coordenação que é difícil até a nível europeu, imagine para os jovens do Vietnã.

Com muita intensidade, o Japão conseguia abrir espaços assim em diversas alturas do campo, geralmente com Keito Nakamura sendo perseguido e buscando a ultrapassagem de Hiroki Ito por fora rapidamente.

Os pontos a melhorar do Japão não são táticos e sim psicológicos. Não sei por qual motivo, mas o ritmo do primeiro tempo foi lento e a marcação na bola aérea defensiva, que pode vir a ser uma fragilidade do time, a depender das peças que estão em campo, estava muito descompensada e desatenta. No gol em que Zion Suzuki falha, todo o time está olhando para a bola, enquanto o camisa 10 do Vietnã passa sozinho.


Foto: AP

Algumas pulgas estão atrás da orelha de Moriyasu. Kubo deve vir a ser titular desse time como o 10, no lugar de Kamada, mas Minamino executou muito bem a função. Nakamura fez um golaço e se associou bem com Hiroki Ito, mas não foi uma partida excepcional. Hosoya cumpriu bem sua função, mas Ueda parece ser o titular da posição.

O que você espera da próxima rodada?



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